Uma voz simplesmente esplendorosa, a da cantora cabo-verdiana Lura, visitou os nossos palcos na semana passada, deixando uma lufada de satisfação naqueles que amam a sua música, que, definitivamente, ultrapassa as fronteiras e a inspiração crioula que ela transporta e faz questão de afirmar tanto através do canto como nos muitos diálogos que estabelece com as suas plateias.
Uma dessas apresentações da tão talentosa quanto poderosa intérprete teve como palco o Centro Cultural da UEM, na quinta-feira. Os cerca de noventa minutos que a cabo-verdiana levou em palco transformaram-se numa ocasião de cumplicidades e de complementaridade. Por um lado, estava o público, em diversos pontos de vista misto, já que ali convergiam idades, gostos e origens. Mais jovens e adultos, amantes das mornas, coladêras e funana cabo-verdianas, e moçambicanos, portugueses e cabo-verdianos, estes bem audíveis no fundo do ex-Cinema dos Continuadores e a terem a oportunidade de, por cerca de hora e meia, se sentirem em casa com alguém que é de casa.
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